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sexta-feira, 19 de abril de 2013

"Problemas de fígado? Tome um chá de boldo-de-chile que é tiro e queda!".

Boldo? Qual boldo?
Falar sobre o boldo é um assunto e tanto: apesar de ser uma planta muito conhecida, é comum a confusão entre os vários tipos de boldo.
Por: Rose Aielo Blanco

A receita é famosa, mas segundo o prof. Marcos Roberto Furlan, Mestre em horticultura e especialista em plantas medicinais, várias pessoas acreditam erroneamente que têm no quintal o boldo-do-chile (Peumus boldus), entretanto, essa planta é raríssima no Brasil. 



O que acontece é que em nosso país outras plantas também são chamadas de boldo, principalmente o boldo-da-terra (Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus) foto ao lado e o boldo-baiano (Vernonia condensata). Menos comuns são o boldo-português (ou boldo-miúdo) e o boldo chinês.

Bem, mas há uma explicação para a importância em saber qual é o boldo que se tem no quintal. É que como explica Mestre Furlan, o boldo-do-chile e o boldo-da-terra (o mais facilmente encontrado nos quintais) apresentam efeitos colaterais e diferenças nas indicações. Então vamos observar as características de cada um dos mais conhecidos, para acabar de vez com as confusões:

Boldo-do-chile (Peumus boldus)
Planta originária do Chile, é considerada uma árvore, pois quando adulta atinge de 12 a 15 metros de altura. Apresenta propriedades estomáquicas, diuréticas e hepáticas. Efeitos colaterais: pode ser abortivo e provocar hemorragias internas. Deve ser usado com cautela. No Brasil, é possível encontrar o boldo-do-chile (produto importado) em farmácias.

Boldo-da-terra (Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus)
Arbusto originário da África, atinge de 1 a 2 metros de altura, apresenta folhas aveludadas e produz flores azuladas. Indicado como analgésico, estimulante da digestão e combate azias. Efeitos colaterais: quando usado por longos períodos, pode causar irritação gástrica.

Boldo-baiano (Vernonia condensata)
Arbusto também originário da África, chega a alcançar de 2 a 5 metros de altura e pode se quebrar facilmente com o vento. Apresenta efeito carminativo e alivia os sintomas de úlceras e gastrite. Efeitos colaterais: ainda não foram verificados.

Aquele do quintal
Desta vez, vamos tratar do cultivo daquele boldo mais comum, provavelmente aquele que a maioria tem no quintal, no vaso ou na jardineira: o Boldo-da-terra (Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus), também conhecido como falso boldo, boldo africano, boldo-do-reino e malva-santa. Pertencente à família das Labiadas, é uma planta herbácea perene que apresenta folhas pilosas, isto é, coberta de pequenos pêlos que dão uma aspecto aveludado. As flores pequenas nascem em espigas, na ponta dos ramos, em tons que vão do azul ao violeta.

Cultivo: O boldo-da-terra pode ser cultivo em todas as regiões do Brasil e é muito resistente, sendo sensível apenas às geadas. Propaga-se por meio de estacas retiradas da planta-matriz, sendo recomendável manter um espaçamento de 1 metro entre as mudas. Para o cultivo em vasos ou jardineiras, é preciso garantir pelo menos 30 cm de profundidade. Desenvolve-se melhor a pleno sol, em locais sombreados a produção é menor. Como as folhas são as partes utilizadas com finalidades medicinais, o ideal é fazer a poda das inflorescências (pendões florais), um pouco antes da colheita, para obter uma planta volumosa.

Colheita: Cerca de seis meses após o plantio já é possível fazer a colheita das folhas.

Uso: O chá, que geralmente é maceração* das folhas, é um tônico amargo que facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando a secreção da bílis e favorecendo a digestão de gorduras.
 É indicado no combates às dores estomacais, males do fígado, diarréia e desconforto causado por gases intestinais. Porém, como foi citado acima, deve ser usado com cautela pois, em excesso, pode provocar irritação gástrica.
 É preciso ter cuidado para não confundir o boldo com algumas plantas ornamentais, que são aparentemente semelhantes.

Receitas:
Tônico para o fígado com boldo e carqueja
Coloque para ferver 1 xícara (chá) de água filtrada, 1 colher (sobremesa) de boldo e 1 colher (sobremesa) de carqueja. Desligue o fogo e abafe durante 10 minutos e coe. Não tomar mais de 3 xícaras por dia.

Infuso hepático
Ferva 1 xícara (chá) de água filtrada e desligue o fogo. Coloque imediatamente 1 colher (sobremesa) de boldo, 1 colher (sobremesa) de losna e 1 colher (sobremesa) de menta. Abafe por 10 minutos e coe. Ideal é consumir 1 xícara antes das principais refeições, para tratar males do fígado e vesícula.

* A maceração das folhas obtém-se, espremendo as folhas com um socador de madeira (ou vidro) e adicionando-se apenas um pouco de água fria filtrada. O resultado é um suco altamente concentrado, que deve ser ingerido com cautela pois apresenta os componentes químicos do boldo-da-terra (óleo essencial, flavonóides e saponinas) em grande quantidade.

Extraído d internet

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