Família: Euphorbiaceae
QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri L.) Nomes vulgares: erva-pombinha, arrebenta-pedra, quebra-pedra-branca e saxifraga. Constituintes Sementes: ácido linoléico, ácido linolênico, ácido ricinoléico. Folhas: compostos fenólicos, vitamina C, ligninas, triterpenóides. Parte aérea: flavonóides, quercitrina, quercetina, rutina, astragalina, nirurina, fisetina-4-0 glicosídeo, triacontanal, triacontanol e hipofilantina.
Indicações: eliminação de cálculos renais, nefrites, cistites, pielites, hepatite do tipo "B" e hidropisia. Contra indicações: gravidez. Contribuição: Paulo Rodrigues - 2º Biologia - Centro de Pesquisa - UEMG/Lavras
O chá de quebra-pedra é usado pela medicina popular no tratamento de cálculo renal, mas não funciona exatamente quebrando as pedras nos rins. Na verdade o Phyllantus niruri evita que os cálculos se formem e relaxa o sistema urinário, o que ajuda a expeli-los. A constatação foi realizada pela química Ana Maria Freitas, do departamento de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A quebra-pedra (Phyllantus niruni) inibe a formação de cálculos renais e facilita sua expulsão (foto: Pedro Magalhães) Como explica a pesquisadora, a urina é uma solução composta por ânions, cátions e moléculas. "É fundamental que exista equilíbrio entre as forças que se dirigem para a cristalização e solubilização dessas substâncias", esclarece. "Se ocorre saturação é formado um cristal, que servirá como núcleo para crescimento do cálculo." Os cálculos renais, que podem se formar nos rins e na bexiga, apresentam uma parte mineral (geralmente oxalato de cálcio) à qual aderem íons e macromoléculas orgânicas -- sobretudo proteínas, lipídeos e glicosaminoglicanos. Existem ainda cálculos constituídos por fosfato de cálcio, ácido úrico e cistina. A formação dos cálculos ocorre pela adesão de pequenas partículas minerais às paredes do túbulo renal, um canal fino que constitui cada néfron -- as unidades funcionais de excreção do rim. "Depois que essas partículas aderem aos túbulos, passam a ser absorvidas pelas células renais", a pesquisadora observa. Quando grandes, os cristais podem provocar a morte das células renais; já os menores passam algum tempo no interior das células e são liberados de volta no túbulo renal, onde são agregados a moléculas orgânicas e passam a constituir os cálculos. A pesquisa conduzida por Freitas constatou que o chá de quebra-pedra reduz a adesão de cristais de oxalato de cálcio às paredes do túbulo renal. Durante dois anos o P. niruri foi ministrado a 58 ratos na forma de pó, para que os componentes não fossem alterados. Pequenas pedras de oxalato de cálcio foram implantadas na bexiga das cobaias, divididas em dois grupos. Um deles tomou a substância diariamente, enquanto o outro ingeria apenas água. Após 42 dias os animais que não tomavam o medicamento formaram uma média de 12 pedras, com cerca de 0,18 g cada. Os demais apresentaram apenas três cálculos, de aproximadamente 0,02 g. A análise das pedras indicou que o chá impede a aderência de macromoléculas aos cristais de oxalato de cálcio porque reverte sua polaridade. "Os cristais se prendem à parede celular porque há uma atração elétrica entre ambos", a química esclarece. "Os cristais têm carga positiva, e a parede celular, negativa. O Phyllantus niruri parece mudar a polaridade da carga dos cristais, e inibir assim sua adesão ao túbulo renal." O chá também relaxa o sistema urinário, o que facilita a expulsão dos cálculos. A comprovação da eficácia do chá pode representar uma alternativa aos atuais tratamentos indicados para retirada de cálculos, como cirurgias e ondas de choque. A pesquisadora adverte, no entanto, que ainda não foi determinada a dosagem ideal para ingestão do fitoterápico. Raquel Aguiar Ciência Hoje on-line 11/06/02
Texto foi extraído da internet
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domingo, 7 de abril de 2013
A quebra-pedra segundo Centro de Pesquisa - Nefrologia da Unifesp
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