Babaçu (Orbignya speciosa), por ser uma palmeira, assim como Dendê e o Buriti, concentra altos teores de gorduras de aplicação alimentícia ou industrial. Pode ser utilizado para a fabricação de cosméticos de 0,1 a 8% em composição de óleo, na fabricação de sabonetes, detergentes, glicerina, ração animal, lubrificantes e até uma alternativa como biocombustível. No preparo de alimentos, o óleo de Babaçu é utilizado em substituição ao óleo de soja, Seu odor é semelhante ao avelã e por isso é largamente utilizado na culinária popular. Pode ainda participar da produção de margarina e gorduras especiais.
O óleo de côco de Babaçu é, dentre todos os óleos vegetais de uso industrial, o óleo com o mais alto índice de saponificação e o mais baixo valor de iodo e refração, o que o qualifica para o preparo de pomadas cremosas, difíceis de ser obtidas com óleos sem estas características. O Óleo de babaçu apresenta propriedades emulsificantes e emolientes, podendo ser usado em produtos como cremes, loções, sabonetes em barra, condicionadores, e óleos de banho devido à sua ação hidratante. Em preparações cosméticas pode também atuar como carreador de fase oleosa.
Estudos demonstraram que o ácido láurico, presente no óleo extraído do Babaçu, se pré-aplicado na pele, aumenta a permeabilidade da mesma para certas substâncias ativas. Os demais ácidos graxos presentes servem ainda como matéria-prima para a obtenção de tensoativos (substâncias que diminuem a tensão superficial ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos) para fins industriais e cosméticos.
O côco do Babaçu tem de 4 a 5 amêndoas, que representam cerca de 7% deste, e o óleo extraído representa cerca de 40% da amêndoa. O óleo extraído é de branco a amarelado, à temperatura ambiente está sob a forma de gordura e tem como constituintes aproximadamente 85% de ácidos graxos saturados e 15% de ácidos insaturados. Dentre os ácidos estão: láurico (44-46%), mirístico (15-20%), oléico (12-18%), palmítico (6-9%), esteárico (6%), caprílico (4,0-6,5%), cáprico (2,7-7,5%), capróico (0,2%), e araquídico (0,2-0,7%).
O Babaçu é de grande importância econômica nas regiões em que está presente, sobretudo no Norte e Nordeste do Brasil. Em decorrência do fato de que a ‘quebra’ de seu côco é a atividade praticada por muitos trabalhadores como forma de sustento e também pelo fato de que todas as suas partes podem ser utilizadas. São úteis desde a estipe da palmeira para construções de madeira e adubo até suas folhas para a elaboração de utensílios como cestos e chapéus e como alimentos para criações.